sexta-feira, 17 de junho de 2016

Pequenas notas ambientais - 1


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academicminute.org


A partir de certa discussão no blog Bolha Imobiliária::

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Em termos de biomassa, não estamos agora no melhor dos mundos.


As mais confiantes avaliações são que estamos com 40% do maior volume de vida que já existiu no planeta (Carbonífero).


O problema é quando essa massa em carbono volta para a superfície não na forma de vida, mas de resultado de combustão (na atmosfera).


Os derrames vulcânicos da Sibéria e a correspondente maior das extinções, do Permiano-Triássico, está aí para nos ensinar.


Calor nos pouparia um tanto de gastos de energia que poderiam ser deslocados da calefação para a produção de alimentos com irrigação, fertilização e etc. Mas jamais sem seu preço em certas perturbações de diversas áreas.


Não temos como virar Vênus, mas podemos virar um máximo climático de um dos períodos anteriores de mega-extinções.


Temo mais uma mega-erupção, pois já faz 75 mil anos, aproximadamente, desde o gargalo populacional da Catástrofe de Toba.


Acho que o maior problema atual é que a era de considerar a natureza infinita em recursos e em capacidade de absorver resíduos já acabou.


Certas limitações graves, como pesca, chegarão primeiro, e adiante, uma era de reciclagem e "desmaterialização" vai se tornar um padrão, e desgraça maior para as nações pobres, com seu descontrole populacional e típica poluição, degradação ambiental e baixa produtividade em todo campo que se examine.


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De uma questão levantada por “Mão”:
“O que seria melhor para a Terra, uma eventual cremação ou um enterro tradicional, com decomposição?
A pergunta é meio tétrica, mas sempre tive curiosidade em saber o que seria melhor para fins ambientais.”

Do ponto de vista de curto prazo, considerado a massa de carbono de um corpo humano, o pior é a cremação, mas em qualquer prazo mais curto, esse “pico” de produção de carbono atmosférico se anula, pois nossa porte e decomposição/cremação faz parte de um processo muito mais amplo, populacional, que apresenta um fluxo contínuo no tempo, que para todos os efeitos, pode ser dito como de “gerações”.

Como “volume de controle”, nosso balanço de massa entre decomposição ou cremação apresenta praticamente o mesmo resultado, pois passamos a ter tal carbono emitido no tempo mais amplo da mesma maneira, e a absorção pelos fotossintetizantes só se efetiva no mais longo prazo pela sedimentação (novamente, para os “esconderijos de carbono”).

Porém, somos hoje uma “força geológica” pela nossa população, a tal ponto que nossos cemitérios são problemas ambientais urbanos e até além de urbanos pela sua escala. Mas aqui a questão é de outra natureza, e não propriamente ligada ao que seja o “efeito estufa”.

Desse ponto de vista, a cremação é ambientalmente mais correta, e no final, cruzados os problemas, o maior problema consequente é a absorção por biomassa expressa nas florestas, pântanos e fotossintetizantes das massas de água, e a preservação de sua escala e capacidade de produzir novos “esconderijos”, pois como força geológica, novamente, atacamos tal capacidade, e tal independe inclusive de nosso consumo per capita mais básico, como o é, mais destacadamente, a produção de alimentos, mas a própria escala mais ampla de nossa economia, como nossas obras e máquinas, e ao final, nosso consumo crescente muito acima do populacional e mesmo econômico mais geral de energia.


Humildemente, relembrando uma das que considero dentre minhas melhores colocações:

Dos três entes econômicos fundamentais, natureza, trabalho e capital, a natureza é o substrato definitivo, o limitante absoluto, e o único que apresenta irreversibilidades de processos, vide as extinções, portanto, é, sem sombra de qualquer dúvida, o mais importante.

“Você é livre para fazer as escolhas, mas é prisioneiro das consequências.” - Pablo Neruda

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